quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A culpa foi do chão


Chega hora em que quebrar um vaso não é loucura
É apenas o grito em silêncio
A raiva estampada na mudez dos móveis
É o que se extrapola, mas que não foi dito
É a quebra, a queda
O vaso trincado que sempre será lembrado
A culpa do chão, por ser tão duro
A rigidez das palavras descarregadas, o verbo que vira
sangue ou pedaços espalhados
Alguns recuperados, outros nunca mais
A falha na reconstrução
O labor pra deixar novamente cada pedaço em seu lugar
...



Um comentário:

  1. Este pensador, viageiro entre Sois
    Esta Ave pousada em mil embarcações
    Este barco que passa sem vela ou remo
    Esta arca repleta de vibrantes emoções

    Esta mestiça flor de açafrão
    Este ramo de espinhos cravados na mão
    Esta alma que não ousa largar opinião
    Este homem vestido de solidão

    Ouvi um som profundo e breve
    Vindo de uma perdida lembrança
    Toquei de leve os trincos da memória
    E senti o golpe frio de uma afiada lança

    Boa semana


    Doce beijo

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