Chega hora em que quebrar um vaso não é loucura
É apenas o grito em silêncio
A raiva estampada na mudez dos móveis
É o que se extrapola, mas que não foi dito
É a quebra, a queda
O vaso trincado que sempre será lembrado
A culpa do chão, por ser tão duro
A rigidez das palavras descarregadas, o verbo que vira
sangue ou pedaços espalhados
Alguns recuperados, outros nunca mais
A falha na reconstrução
O labor pra deixar novamente cada pedaço em seu lugar
...
Este pensador, viageiro entre Sois
ResponderExcluirEsta Ave pousada em mil embarcações
Este barco que passa sem vela ou remo
Esta arca repleta de vibrantes emoções
Esta mestiça flor de açafrão
Este ramo de espinhos cravados na mão
Esta alma que não ousa largar opinião
Este homem vestido de solidão
Ouvi um som profundo e breve
Vindo de uma perdida lembrança
Toquei de leve os trincos da memória
E senti o golpe frio de uma afiada lança
Boa semana
Doce beijo