sábado, 28 de julho de 2012

por um amanhã mais colorido


Um lápis que me desenhe em cores invisíveis.
Invisivelmente mudada de cor em cor, perambulando pelas ruas desertas sem orientação.
Desenho-me da cor que escolho.
Escolho a melhor que se destaca nesse quadro branco de tristezas.
Apoio o braço em mãos inimigas e as cores por mim escolhidas
se confundem com as que são impostas.
Um cor que define tudo isso não seria mais do que a cor do amanhã,
que ainda não conheço...


terça-feira, 24 de julho de 2012

my words


Escrevo de maneira que me sinto mais livre com as palavras que existem.
Algumas palavras equivocadas, outras sem sentidos exatos.
Palavras que nem são minhas.
Há palavras desconhecidas, anexadas pelo simples prazer sentido na sua pronuncia.
Outras são amargas como a realidade sem poesia.
Escrevo para dar sentido ao que sou, escrevo para esvaziar a dor.
Escrevo para que a vida fique mais completa, para que a história ultrapasse a memória.
Para que a linguagem no corpo, na face e no ato de escrever sejam uma coisa só...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Além do que se vê


Não foi por desejo
Foi por necessidade
Não fui egoísta
Fui mais humana
Não vi o depois
E ele chegou
Não quis controlar
E hoje preciso negar
A vida me pediu
E eu obedeci ...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O peso que carrego

O peso do equilíbrio despedaça os instintos terrenos.
Há um peso que preciso carregar, o peso de ser o que sou.
O peso do mundo que conheço e de tantos outros que sei.
O peso da liberdade também deixa vazias marcas da solidão do caminhante.
Marcas pesadas, registradas para sempre na face de quem escolheu.
Relembrando mais uma vez que ilusão é leve, é brilho nos sentidos físicos, é alegria que passa como folha que cai, como orvalho que derrete na escuridão do amanhecer. E que tudo isso, essa doce ilusão, são restos de pedras, de tropeços, pedaços de vida que não ficam no jogo divino.

Há quem diga que tal peso que carrego é fardo desnecessário
Há quem diga que tal peso imposto é a mais linda chave que derruba todas as algemas...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

combinando palavras

Em desejos de noites quentes
Com lampejos ardentes

Queima um coração ardente
É um coração de gente

Que sabe sentir
E nem precisa reprimir

Nem rimar
É só mesmo deixar o coração falar

domingo, 1 de julho de 2012

na mesma estrada




Encerrar uma tarefa é continuar à procura de outra.
Não há paradas, não há outras estradas.
O caminho é o mesmo, a visão é que muda, o sentido é que se refaz. 
Encerrar também é continuar de outra forma no mesmo trajeto.
Ou sem forma nenhuma - quanto mais vazio, menos peso pra carregar.
Não é solidão ou falta de jeito com o peso da tarefa finalizada, é sensação de dever cumprido mas também já esquecido... o caminho continua.