sexta-feira, 30 de setembro de 2011

finalizado

Hoje o mês de Setembro deu adeus
Mas também ele me deu vários sinais ...
É a prova da existência do delicioso destino, a brincadeira preferida dos deuses.

Hoje merece um ritual de finalização e agradecimento
Finalizar é sentir-se capaz e pronta para encarar o que vem depois, depois da tarefa cumprida, depois do aprendizado alcançado.

Setembro que me trouxe a primavera, a alegria em ver o poder do renascimento. Setembro que me trouxe o espelho para eu contemplar mais um pouco do que preciso eliminar. Setembro que me deu fogo e queimou tudo o que não podia ficar.
Aprendi, reconheci, fiquei em silêncio. Fiz minha prece. Agora tudo está lançado ao vento que leva as poeiras dos pensamentos terrenos para bem longe, lá no mar, onde tudo é extinguido. Finalizo meu mês agradecendo. Finalizo meu mês crescendo ...




"Dá-me a flauta e canta!"



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O que pensei agora a pouco ...

Arriscar-se é uma das melhores maneiras de se conhecer.
O que encontrar após dizer o que pensa ?
O quanto pagar por ver de outra forma ?
O quanto ser você pode lhe dar de bom ?
...
O que me trouxe até aqui ?
Lágrimas?
Festas?
Ilusões, decepções ?
E o que fica mais contraditório é saber que tudo isso foram
marcas e aprendizagens que me concederam a chance de conhecer
esse ser tão diferente que eu chamo de "mim"

E apesar de tudo, do que vou me lembrar ?
E de tudo, o que vou esquecer ?
O que vou querer guardar em meu baú das boas histórias, e o que vou
deixar a poeira esconder ?
Vivo ainda remediando passos
E não me dei conta de que, quem está ao meu lado, na
verdade está do lado de lá, na outra margem, no outro
mundo, na outra visão
E de o quanto isso é importante e necessário

Foi amigo meu de quem eu fui amiga ?
Ou foram trocas de desejos com medo da solidão ?
Poderá o pássaro viver com o peixe ?
Poderão se entender um dia ?
Poderá a razão viver de mãos dadas com a emoção do dia-a-dia ?

Eu, poderei um dia tirar meus pés do chão ?

Conseguirei saborear o dom de viver quando minha razão estiver apaixonada pelo dia que se aproxima, pela primavera que está chegando, pela porta que nunca se fecha. Mais ainda, conseguirei saborear quando o olhar estiver me olhando, quando eu conseguir passar pelas diferenças e não julgar pelo que sinto e por minhas preferências - e entender que julgar, assim como minha opinião, está limpa de tudo o que acho certo e errado, acima do bem e do mal.

Mas são só opiniões, palavras de quem tentou, de quem viveu
De quem foi tantos "eus" que a vida deixou eu ser
De quem está terminando um ciclo, uma etapa
De quem aprendeu e de quem errou
Mas de quem mudou - e retornou a ser, para mudar novamente ...

De quem nunca vai esquecer "nadica" de nada

Silêncio - os pensamentos querem dizer algo


Mik  - em vãs tentativas de me entender, acabo sempre me perdendo ainda mais.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

amor, amor ...




Venha meu bem
E deixe minha noite muito mais bonita
Me aperte como se eu fosse fugir
Me diga pra ficar - e sempre fico
Abraça-me como se fosse despedida - e sempre é, despedida de mais um dia
E nossa cama refeita para ser desfeita ...

Me mostre como o amor ainda salva
Me ensine como a paixão é o único meio
pelo qual a humanidade tem
solução

Mas deixe-me ainda ser o que sou
Vamos agregar - não me limitar
Que o amor é coisa bonita demais
pra ser um carcereiro
...



E desde então, sou porque tu és. E desde então és, sou e somos...
E por amor serei, serás, seremos... (Pablo Neruda)

indagações noturnas

E ela pensava, indagava e refletia como o mundo não a entendia. Ela só deseja ser o que sempre fora até então: uma espécie ainda em extinção. Ela se acostumava com muito pouco, com uma conversa com o espelho, uma música inventada, uma história mal contada - percebia grandes coisas no pequeno detalhe - viu isso quando ficou horas observando o bater das asas de uma borboleta toda orgulhosa de sua cores invejáveis.
Ela no fundo queria voar, quam sabe não sairia daquele lugar?
E fazia asas imagináveis e corria... e caía. Sempre caía.
Ela queria o que ningúem entendia. Queria balões soltos, explodindo de alegria em variáveis tons e cores vibrantes em cordas ressoadas. Queria mais desejos, opiniões, cânticos, lírios e princialmente delíriros. Sentia imensa vontade de ver o dia e suas marteladas na janela, entre fatos sonoros desejava ouvir um sussuro, apenas um leve sussuro vindo do vento embebido de viagens. Queria que a lâmpada do amor nunca apagasse e sabia que sempre onde houve uma vontade, haveria um meio de cumpri-lo.
E a noite não passava, a chuva não vinha, e o sonho a abandonara...

"Porque esconder o dia antes que ele terminasse?"

sexta-feira, 9 de setembro de 2011



Venha chuva
E traga tudo aquilo que
me disseram que você traria...
Água límpida e fecunda e novas descobertas
Água que sacia minha sede
...
Sede que vem
da secura
dos dias impiedosos

...

domingo, 4 de setembro de 2011

¨ o desejo da borboleta ¨




O tempo não espera nossa transformação chegar ao final.
É como um jogo de horas que nunca as borboletas vencerão.
E as metamorfoses são incompletas, são ambulantes, deslizando na metáfora das
horas contadas durante o sono.
Viciada em observar sua tranformação, consegui me ver um pouquinho mais além,
e vi com o coração, muito bem ensinada por um príncípe de cabelos que me lembravam o trigo ...
Ver o que se passa lá dentro, daquele casulo injusto, que com seu espaço restrito
deixou-me repousar na insegurança do que me transformarei ... mas o que soul ?

Preciso acelerar meus passos, minhas asas ainda não prontas, minha cabeça
ainda pensando como lagarta - e que nunca se viu como tal.
As horas avançam, o tempo é remido e eu preciso voar
até o ponto mais alto e de lá encontrar as flores mais tristes.
Vim por elas. Vim pela solidão, que não aguentava ficar mais só.
Fiz companhia, já que era minha missão.
Fiz uma melodia - que a ciagarra me roubou.
E vi um tempo que não me pertencia.
Nada era meu - mas sempre soube da renovação humana, com borboletas.
Tudo era uma passagem, que durante suas 24hs fez sua completa incapacidade de entender
muitas coisas ... nada exato.
Mas sempre chega esse tempo que as asas apostam sua valentia diante do que não sabe, das direções
desconhecidas do vento a me empurrar ...
Sempre ao sabor do vento e sinto 'bons ventos para nós'...