sexta-feira, 31 de agosto de 2012

todas as formas de amor


nosso amor a gente inventa

Amor meu tem asas, tem gostinho de vento que bate na janela e que sempre tem lugar para mais uma companhia.
Amor meu tem cheiro de liberdade, tem selo de qualidade, selado divinamente pela evolução.
Amor pode ser preso também, por isso chora, grita com desespero de quem perdeu uma parte da asas.
Mas sempre é só uma parte, pois amor é esperto como gato, vira água rapidinho, um passarinho camuflado de borboleta, vira milhões, que nem sei mais sua origem imemorial...
Amor é céu estrelado, pra vagalume iluminar.
Ilumina com lume, com beleza invisível, com cortesia de um barão sem brasão, com cortejo de circo que acabou de surgir na vila.


Amor sempre surge, ressurge, com sustos ás vezes,
mas susto de criança que vê palhaço engolindo pipas
e distribuindo as asas que foram perdidas...

sábado, 25 de agosto de 2012

É só mais uma pedra




No meio, início e no fim da jornada
Aquilo que preciso vencer
Beleza efêmera
É só uma pedra
Pequena, leve, sem cor exuberante
Nada de atraente
E no entanto, o tropeço torna-se inevitável
Mas ainda é só uma pedra
Dou mais um passo
Vou para o lado, remexo os passos, mudo o andar
Evito correr
Mas é só uma pedra
Mais uma, entre tantas que já ficaram para trás


terça-feira, 21 de agosto de 2012

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Saboreio

O gosto doce da mordida.
O tempero suculento na hora da refeição.
O sabor excêntrico do vinho velho, e bom.
O desejo de saborear os velhos gostos de sempre.
A sensação de prazer diante de uma mesa farta.
A fruta fresca que alimenta a alma.
A carne que fica só no quintal.
A sobremesa beslicada antes mesmo do prato principal.

Meu mundo é um cardápio que não tem fim ...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Nesses dias não sei quem sou


Nesses dias em que a chuva está fazendo falta, sinto-me como uma planta ao relento
que tira a visão.
Num triste dia sem o bálsamo da água.
Uma força que se esvai pouco a pouco.
As raízes ficam expostas, ou escondidas pelo assombro
do calor dos dias mal terminados.
Uma gota faria diferença.
Um brilho de nuvem encobriria meus pensamentos
repletos de devaneios pertubadores.
Uma chuva singela alimentaria minha alma.
Uma sombra esconderia minhas folhas fracas.
Mas o Sol não perdoa, o clima seco deixa a garganta
sem palavras, sem o som e com isso sem eco
nenhum.
.
Há que se esperar um pouco mais.
Perder algumas folhas e murchar até não sobrar mais nada.
O que fica é só a semente que ninguém vê...