segunda-feira, 31 de outubro de 2011

lembranças do trabalho ...




prestemos atenção ao que nossa rainha deseja nos
 lembrar ...
Luz ...
E minha mente se abriu ao ouvir o som que veio dos embalos da música mística
e misteriosa que só as folhas sabem ao certo sua melodia e perfeição.
Silêncio e meus instintos ficaram cada vez mais conectados com a substância real que só a Natureza pôde me proporcionar.
O sentimento de vazio foi a condição para que meu corpo pudesse ser lançado em
águas tranquilas do verdadeiro ser.
Seres que estavam ao meu lado, a fortaleza recuperada.
Os vícios eliminados.
O fogo, o vento e todos os
demais elementos...
O ciclo da deusa.
O despertar da consciência.
O chá da salvação.
E as emanações se tornaram tão fortes que vi os seres alados,
vi os entes queridos e
vi um cão a me proteger ...
Pude ver
quem eu fui ... em tantas vidas ocultas.
E o mundo se tornou meu
em restos do que
ele já era.
Mas de um colorido bem mais interessante ...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

... vi assim ...

Era necessário mudar
Fazer desaparecer algumas pegadas
Andar sobre outros trilhos
E arrancar os rótulos,
que esquecidos acabavam dominando
todas as questões

Ver o mundo ...
Aproximar ao máximo de mim
e ver o que sou, o que serei
E mudar, sempre
que achar importante

E a reviravolta
Me colocou em posições significativas e
ver por outros ângulos e outras
linhas me proporcionou vantagens de uma visão quase exclusiva

E decidi então ver o mundo de lado, de ponta cabeça
ou como achei desejável

E ele tornou-se assim, muito mais cativante,
muito mais multiforme
e muito mais possível ...



...



Quando percebo o som que vem do ar a me falar
vejo o quanto ainda preciso escutar
O quanto preciso me calar
A tarde finda e com ela o Sol leva todos
as marcas do dia, marcas de um dia
que já passou
E a noite é tão renovadora como
o banho da água que corre, tão
sedutora como o vazio que se aproxima
Hoje a Lua não se mostrou, não vi seu
riso a me guiar em mais um passo
não vi seu desejo em me tirar de conclusões
precipitadas
Mas sempre tem outro dia
Agora é momento de renovação, do
sono, do sonho ...
E tenho mais chances
de ver as cordas
vibrarem
ao som da
noite solitária
...

sábado, 15 de outubro de 2011

:rabisco assim minha folha de papel:

Rastros apagados
Desejos satisfeitos
E vejo meu corpo sendo lançado por caminhos duvidosos

A mente insana provoca mil aterações em segundos
Segundos singulares!
Tempo suficiente para pensar em nada
E chegar à conclusão nehuma

Posso assim querer ser mais eu ?
Diante do fracasso que me encontro
ao não ver nada de mim em tudo meu ?

Ou seria eu exatamente nessa abstração temporal ?
Retratos mal pintados
Pactos com quadros
Juventude vivida - já queriam os Goliardos

E a mente roda
A escuridão diante do papel dá medo
E desilusão ao saber que não sou eu
mais escrevendo, mas algo que ainda não conheço

Não conheço
Sinceramente não me conheço
Não quero me conhecer

São só trechos, rabiscos, palavras mal usadas, mal ditas
Piceladas de idéias após ler o que não devia
Coisas, atos cortados, fotos queimadas
Lembranças esquecidas

Ou apenas escolho esquecer
Ou finjo esquecer - porque não ?


(Estou sentada à janela e tão metida nela que quase apanho na cabeça as gotas desta chuva constante que tamborila nas folhas - Virginia Woolf)


domingo, 9 de outubro de 2011

Coisas boas, sentimentos oportunos

Meus mundos paralelos

E vejo na Luz a sombra dos passo perdidos
Vejo assim mais de mim em lugares
que eu nunca estive
Percebo que o céu sorri em variáveis tons
E tudo o que imaginava pode ter
uma nova percepção
Vi que desejos bons podem ser realizados
E que minhas palavras tem poderes incalculáveis
Meus pensamentos são abstratos, são inexatos
são compostos
de tudo o que sou, de tudo o que vejo
e mais ainda de tudo o que não sei
São só devaneios
...
E pra mim só agora o mundo criou formas
Só agora enxergo com os olhos abertos
...
É que a serenidade sempre procede a tempestade
O mar sempre fica calmo após grandes ondas e marés brabas


("Os delírios verbais me terapeutam" - Manoel feito de Barros)