quinta-feira, 31 de maio de 2012

o que acredito


E quanto mais ela caminhava, menos se importava com o caminho. Continuar era importante. Sonhar era fundamental. Acreditar na eterna mudança de si continuava sendo o guia que a levava por sendas desconhecidas. As teorias a hipnotizavam e a realidade a torturava. O pensamento saudava o Sol, a mão tremia por tocar o sagrado. Mudança inevitável, espírito livre, evolução irrefutável. Percebeu mais felicidade em ter indiferença, em saber que o amor ainda era impossível no agora, em não mais ouvir, não mais falar. Apenas observar. Ser observada.
Chuva é água já benzida.
Sol é deus que sorri durante o dia.
Lua é mãe que me equilibra.
Poesia é palavra realista, escrita durante os sonhos.
O pessimismo é humano e o humano será divino.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

delicados fios


delicados fios produzidos durante
longos momentos
e uma presa
enlouquecida
quando se vê sem
asas para
voar

segunda-feira, 21 de maio de 2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

pensando bem...


esses pensamentos estranhos, nem são meus
são agregados inconsequentes, instalados na mente fértil de quem acredita na doce
fantasia mórbida da rotina que vence toda tranquilidade duramente conquistada por
segundos apenas
não os quero mais, e no entando, não vivo sem
passo assim a acreditar mesmo na grande possibilidade de eu
ser simplementes eles - esses
duros pensamentos estranhos, calcados friamente no cimento do que vejo
do que apenas vejo
ou do que penso que vejo
ou do que crio para pensar que vejo o que vejo
e mudar pensamentos
pode talvez até mudar o que sou
um bom começo para se pensar melhor...


segunda-feira, 14 de maio de 2012

dança dolorida



você vê o brilho da minha dança
mas não vê o suor e meu cansaço.
você vê a leveza do meu corpo
que flutua, a beleza que inebria e
meu sorriso com gargalhadas,
mas não vê aquilo que me fere,
aquilo que me consome,
você ainda só me vê em partes
e eu fico dividida entre o que mostro
e o que quero de fato mostrar: a outra parte.
pois não finjo em ser só metade,
você que se recusa a enxergar
um pouco mais


sexta-feira, 11 de maio de 2012

bom, doce e vazio

desenho meu céu na cor lilás
ao que me parece, bem mais singular
me repito na forma menos convencional
e deixo sempre a abstração do real tomar conta do dia
quase lunar, é radiante não se lembrar de muita coisa
é doce saborear o dia, mesmo que com tristeza
é fácil perdoar
e abrir mão da pequena coisa vulgar

quinta-feira, 10 de maio de 2012

...



Foge de minhas mãos
Tentar controlar o tempo
E mesmo que me recuso a prosseguir
O tempo continua seu caminho

quarta-feira, 9 de maio de 2012

o que ninguém vê



Os lábios se falavam
mas a palavra não saía
Nas mãos que se tocaram
havia um prazer contido no sorriso reprimido

terça-feira, 8 de maio de 2012

pergunta não precisa de resposta

Sinto o que sinto
pois meu coração pulsa mais
que relógio descontrolado

Vejo que vejo pois
meus olhos tem sempre
imaginação ao contrário

O caminho meu é sempre
torto e nunca entendi
essa obstinação por andar em curvas

Mas deixei de entender quando me vi
jogada no buraco
que eu mesma cavei

Hoje não busco mais
por respostas e
nem questiono minhas perguntas

Não é conformismo
Mas uma sensação de indiferença boa
Pois é saber que o caminho continua, independentemente ...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

E se não for assim?


 Eu ainda acredito no amor. Acredito que os olhos podem vibrar na mesma sintonia. Que o coração pode encontrar um refúgio tranquilo, nos braços pequenos e sensíveis de poeta, ou largos pela força construtora. Amor é apego ao querer bem, é maçã bonita que sê em árvore solitária, é decidir viver e dividir. Amor não é apego, mas é grudento como cobertor em dia de frio quando quer nos segurar na cama. É chuveiro bom depois da academia, é o Sol radiante depois que passa a noite de inverno. Amor é a própria evolução, está no caminho contrário aos panfletos amargos pregados pelo dia-a-dia.
Eu ainda acredito nesse tipo de amor.
Mas acho que leio poesia demais ou brinco com palavras que não mais existem?
E o tempo, mostrará outro lado quando seu dia chegar?