segunda-feira, 4 de junho de 2012

numa sala de espera

Ainda minhas teorias vão me enlouquecer. Percebo o quão inútil é ver meu rosto desfigurado num espelho esprestado. Não sou mais aquela que dita regras, mas aquela que é levada pelo vento forte e alheio. Não mais determino o dia de amanhã, agora o dia passa e a poesia se faz com as horas que não sinto. Não é tristeza, é sensação de estar numa ala que não tem nome, quase numa sala de espera. Uma abertura, um canal silencioso à procura de novas portas com as mesmas pessoas. Não é desabafo, é tentativa de encontrar um pouco mais de força para largar de fato o que já passou. Aqui habita um outro conhecimento, agora uma nova escolha. Talvez fé cega por aquilo que não tenho certeza, talvez apego ao que ainda resta de pensamento muito concreto. Mas decidi avançar um pouco mais para abstração de tudo isso "sem fazer nada disso". Decidi optar pelo oposto e ver até onde meu pés dão seus saltos, de passo a passo. Um passo para longe de mim mesma, ao encontro da loucura de não saber o que se é, e quem sabe, ser um pouco mais do que não sou e me achar assim, perdida no que preciso ser. Loucura - não disse que minhas teorias ainda vão me enlouquecer? ...

2 comentários:

  1. Oi Mik,

    Lendo tuas palavras que, não enlouquecem não, mas com o tempo elucidam, lembrei dessas:

    Melhor jeito que achei para me
    conhecer foi fazendo o contrário.
    (Manoel de Barros)

    Beijos meu

    Desculpa a minha ausência, e a briga com o tempo...rs

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  2. Pois é, é tão difícil nos decifrar. Lutar e caminhar. Às vezes é seguir o inverso para encontrar o que nos identifica. Mas não enlouquece não. Elucidam...

    Beijos!

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