sábado, 15 de outubro de 2011

:rabisco assim minha folha de papel:

Rastros apagados
Desejos satisfeitos
E vejo meu corpo sendo lançado por caminhos duvidosos

A mente insana provoca mil aterações em segundos
Segundos singulares!
Tempo suficiente para pensar em nada
E chegar à conclusão nehuma

Posso assim querer ser mais eu ?
Diante do fracasso que me encontro
ao não ver nada de mim em tudo meu ?

Ou seria eu exatamente nessa abstração temporal ?
Retratos mal pintados
Pactos com quadros
Juventude vivida - já queriam os Goliardos

E a mente roda
A escuridão diante do papel dá medo
E desilusão ao saber que não sou eu
mais escrevendo, mas algo que ainda não conheço

Não conheço
Sinceramente não me conheço
Não quero me conhecer

São só trechos, rabiscos, palavras mal usadas, mal ditas
Piceladas de idéias após ler o que não devia
Coisas, atos cortados, fotos queimadas
Lembranças esquecidas

Ou apenas escolho esquecer
Ou finjo esquecer - porque não ?


(Estou sentada à janela e tão metida nela que quase apanho na cabeça as gotas desta chuva constante que tamborila nas folhas - Virginia Woolf)


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